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Câmara Africana de Energia Considera Gás Nacional Capaz de Satisfazer Procura Internacional

O crescimento do mercado de gás de Moçambique em 2022 e anos seguintes será uma mudança de jogo para o mercado africano de hidrocarbonetos e ajudará a colocar o continente numa trajectória de se tornar um centro energético global, de acordo com as perspectivas da Câmara Africana de Energia.

Numa altura em que a produção de gás em toda a África precisa de aumentar para satisfazer a crescente procura de energia, factores como o financiamento inadequado em novas actividades de exploração e produção (E&P) e a diminuição da produção em projectos antigos estão a desafiar a capacidade dos países africanos produtores de hidrocarbonetos para expandir a produção de gás.

“Contudo, projectos e investimentos de grande escala realizados em Moçambique, com os seus 100 triliões de pés cúbicos de reservas, podem ajudar a expandir o mercado do gás em África”, salienta jornal O País.

Segundo a Câmara Africana de Energia, os níveis de oferta e procura entre 2022 e 2025 sugerem que existe oferta suficiente de Gás Natural Liquefeito (GNL), para satisfazer a procura crescente, à medida que novos projectos entram em linha no ano corrente, assim como o projecto de Gás Natural Liquefeito Flutuante de Coral (FLNG) em Moçambique.

A Coral FLNG, compreendendo aproximadamente 450 mil milhões de metros cúbicos de gás no Campo Sul de Coral na Área 4 na Bacia do Rovuma ao largo da costa de Moçambique, permitirá ao País produzir 3,4 milhões de toneladas por ano (mtpa) de gás para exportar para a Europa e Ásia em 2022.

Além disso, os projectos de 12,8 mtpa de GNL da TotalEnergies Moçambique e de 15,2 mtpa de GNL da Eni e ExxonMobil Rovuma têm o potencial de transformar o mercado regional de gás, posicionando Moçambique como um exportador de gás altamente competitivo. Apesar de ambos os projectos terem sido adiados, estão a ser feitos progressos para que regressem ao bom caminho.

De acordo com o Centro de Energia para o Crescimento, o gás de Moçambique, com as políticas e investimentos correctos em vigor, poderia trazer 50 mil milhões de dólares em investimentos estrangeiros e permitir ao Governo colher 95 mil milhões de dólares em receitas nos próximos 25 anos, bem como um ambiente político atractivo para o capital.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento avança que Moçambique pode também utilizar as suas reservas de energia para reduzir a pobreza energética, uma vez que a percentagem da sua população, que vive sem acesso à energia fiável, continua a aumentar de 19,6 milhões em 2007 para mais de 21 milhões em 2017.

Segundo o presidente-executivo da Câmara Africana de Energia, NJ Ayuk, as reservas de gás de Moçambique têm o potencial para combater a pobreza energética em toda a região da África Austral, ajudando os países vizinhos, como o Zimbabué, Botsuana, Maláui e África do Sul, a satisfazer a procura pelo gás.

“No entanto, a instabilidade política no país e a falta de investimento em infra-estruturas facilitadoras terão de ser abordadas para que Moçambique se torne num dos dez maiores exportadores mundiais de GNL”, declarou NJ Ayuk.

Apesar de possuir vastas reservas de gás, o progresso de Moçambique no desenvolvimento e na monetização continua a ser lento. Isto realça uma necessidade crescente de o Governo criar um ambiente político favorável que permita aos investidores e às grandes empresas internacionais participarem no mercado.

Source:  https://www.diarioeconomico.co.mz/category/oilgas/ 

 

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